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Mostrando postagens de outubro 17, 2010

Polêmica do aborto faz bispos racharem

por José Patrício/AE "Aparecida. Distribuição de folhetos contra Dilma no Santuário, dia 12, acirrou diferenças entre religiosos" A discussão da questão do aborto na campanha eleitoral, que está dividindo os católicos por causa do veto de alguns bispos à candidata petista Dilma Rousseff, provocou um racha no episcopado em nível nacional e deverá deixar sequelas na vida da Igreja, seja qual for o resultado do segundo turno, em 31 de outubro. A polêmica terá também reflexos na eleição para a presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em maio do próximo ano, quando um grupo conservador, contrário à atual linha de diálogo, tentaria tomar o poder para adotar uma posição mais dura de oposição ao governo. Pelo menos, na hipótese de Dilma vir a ser a vencedora. A confusão foi armada pelo apoio dado pela direção do Regional Sul 1, que reúne as 41 dioceses de São Paulo, em 26 de agosto, a uma nota intitulada Apelo a Todos os Brasileiros e Brasileiras, da C

‘Não tomarás o santo nome de Deus em vão’

Roberto Malvezzi, Gogó * (extraído de http://www.adital.com.br/ ) Em nenhuma época da humanidade se falou tanto de Deus. Basta ligar uma TV com parabólica e contar os canais ditos confessionais. São pelo menos quatro em nome dos católicos e três em nome dos evangélicos. Mas, não é só. Pregadores desfilam programas comprados em outros canais comerciais tanto durante o dia como pelas madrugadas. Há uma super oferta de pregações, cultos, missas, terços - misturados com ofertas de produtos -, sempre em nome de Deus. Ligando o rádio, vamos ouvir mais uma vez uma série de programas católicos e evangélicos. Grande parte é programa musical, dessas com uma pobreza literária, melódica, bíblica, teológica de arrepiar os ossos, com meia dúzia de palavras já previsíveis -amém, aleluia, glória, eu e Deus, Deus e eu, eu te amo- inundando nossos ouvidos. Essa música invadiu também a liturgia e hits ocupam o lugar da boa música litúrgica, trazendo o individualismo até no momento do Pai Nosso. O ca

Manifesto Evangélico de Apoio à Dilma Presidente

Autores: várias organizações (extraído de: http://www.adital.com.br/ ) Amados irmãos e irmãs, Nós, pastores, pastoras e líderes evangélicos de Natal, para o segundo turno da eleição… … recomendamos que se vote em Dilma Rousseff para presidente porque ela representa não uma promessa, mas a certeza da continuidade do maior processo de libertação da miséria de dezenas de milhões de brasileiros na história de nosso país, sem a necessidade de recorrer à violência. Vemos nisso a realização de um princípio do Reino de Deus, pois é importante que todos "tenham vida e a tenham em abundância" (João 10.10); … recomendamos que se vote em Dilma Rousseff para presidente porque estamos no Nordeste, e o governo que Dilma representa foi o primeiro governo que deu atenção especial para nós, visando a diminuição da diferença com o restante do país. Para nosso povo evangélico nordestino, o governo de Dilma representa a tão esperada "boas novas para os pobres" (Lucas 4.18);

Eleição, aborto e a infantilização da religião

Jung Mo Sung * Por que bispos, padres e grupo religiosos que sempre defenderam a separação radical entre a religião e política, que sempre criticaram a discussão política no âmbito da Igreja ou até mesmo a relação "fé e política", estão fazendo, até mesmo nas missas, campanha aberta contra Dilma? Uma primeira resposta poderia ser: hipocrisia. Respostas moralistas podem satisfazer o "juiz moralista" que todos nós carregamos no mais profundo do nosso ser, mas não são boas para nos ajudar a entender o que está acontecendo. Esta campanha contra a candidatura da Dilma, e com isso o apoio explícito ou implícito à candidatura do Serra, está sendo feita de várias formas, mas com um elemento comum: os católicos e os "crentes" não devem votar nela porque ela seria a favor do aborto e, por isso, contra a vida. Alguns agregam também a acusação de que, se ela for eleita, as TVs católicas e evangélicas seriam proibidas de veicular os programas religiosos ou obri

Eleição, agressividade e o Espírito

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Jung Mo Sung * É cristianismo uma religião da proibição, que impõe sobre toda a população (seja cristã ou não) seus valores à base da "espada" ou da lei do Estado? A história nos mostra que em parte foi e continua tentando ser esse tipo de religião da imposição através da proibição. Valores religiosos não podem ser impostos a não ser proibindo alternativas, pois valores religiosos e éticos só são valores para as pessoas que os praticam se assumidos livremente. Como não se pode impor o assumir livremente, o que seria uma contradição, a única forma de realizar o desejo da imposição dos seus valores é proibindo alternativas - através da força, do medo do inferno ou da lei do Estado. No fundo é isso que está acontecendo nesta eleição, como também ocorreu nas anteriores, em torno da questão do aborto e do casamento ou união civil dos homossexuais (tema que está, entrando agora na polêmica). Setores da igreja católica e das igrejas evangélicas, que fora da época das eleições